segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As novas tecnologias nas escolas

No segundo capítulo, expressa-se em particular a questão do uso do computador no futuro da nossa sociedade e que implicações terão na mesma. O autor refere duas versões diferentes a esta questão: a optimista e a pessimista, designadas por Ciberutópicos e Cibercríticos.
- As dos ciberutópicos enaltecem a revolução digital/tecnológica.
- As dos cibercríticos, estes alertam para os perigos da navegação na internet.
Na realidade estas duas versões são pertinentes, pois a sociedade utiliza as inovações tecnológicas de ambas as formas.
Contudo, devemos ser optimistas pois tudo na vida sem os seus prós e contras. Como diz o autor “Mas uma das razões para sermos optimistas deriva da existência de uma maior liberdade de acção para as decisões individuais, em relação ao que as tecnologias anteriores permitem (Paper:44)”.
Não podemos esquecer que apesar de tudo o computador desempenha um papel fulcral na vida de muitas pessoas e contribui para uma mais-valia no nosso quotidiano com facilidades que nos proporcionam fazer com um simples clique.
 Papert aborda o problema muito comum, que muitos dos pais não têm conhecimento sobre os bons e os maus softwares educativos ou os mais apropriados a cada idade para a sua aprendizagem.
Cada vez mais se desvaloriza o conteúdo do programa, valoriza-se o seu aspecto exterior do produto. Na verdade, inconscientemente estamos a seleccionar programas que facilitem e não os que por vezes não são os mais educativos, que contribuem para uma melhor a aprendizagem, mas sim os que têm em conta as questões comercias e financeiras.
O autor neste capítulo chama a muito educadores de ciberavestruzes, pelo facto destes não compreenderem que a tecnologia contribuirá para grandes mudanças na sociedade.
            Neste capítulo, Papert faz, também, uma breve referência a Alan Kay, a quem se deve vários contributos na área das tecnologias.
 O exemplo de duas lojas, pode dar origem a uma reflexão sobre dois tipos de aprendizagem e a dois tipos de ofertas de aprendizagem: a “ tradicional” e a aprendizagem “ por computador”, que são escolhidas com base em decisões frágeis. O modo como as crianças devem aprender é influenciado pelos resultados de um processo de selecção. Os programas educativos caminham numa direcção preocupante, devido a sua relação com preconceitos populares em relação ao que é educativo e ao que não é.
Os programas e softwares educativos são produzidos de forma fácil e barata e destinam-se principalmente ao lucro e não a promover a aprendizagem das crianças e assim as suas vidas intelectuais estão a ser determinadas por aspectos puramente comerciais.
Os conceitos de aprendizagem e estimulação neste tipo de programas não são bem demonstrados, onde apenas se pretende que a criança esteja sossegada, mesmo que esteja perante um jogo, programa repetitivo, trivial e comício, sem o mínimo de possibilidades de retirar algo de bom e que a faça aprender.
A tecnologia informática coloca às crianças novas opções, embora possam colocar em causa a essência de uma disciplina e a forma como ela se ensina. Tomemos como exemplo o “ Teorema matemático” que põe em evidência dois tipos de aprendizagem: um de estilo familiar e outro de estilo escolar. É obvio que se conseguem mais aprendizagens num estilo que noutro. A contagem dos pixels do ecrã é imprecisa, contudo realizando brincadeiras com a matemática, permite-nos alcançar progressos na resolução de um enigma.
Estes dois modos de aprender distintos foram colocados em causa com o aparecimento do computador que acaba com o equilíbrio entre a perspectiva instrucionista e a perspectiva construtivista. Esta ideia instrucionista pode ser materializada na ideia de fazer um jogo que ensine (tabuada).
Na ideia construtivista a criança será responsável pela criação do jogo. Esta perspectiva permite-lhe desenvolver o seu pensamento e criatividade.
-Os softwares escolhidos devem então respeitar certos princípios.
-Devem promover a aprendizagem e o espírito de exploração às crianças.
-Procurar programas que permitam que os raciocínios difíceis e a aprendizagem de factos possam ser treinados e reforçados.
-Procurar programas que permitam a criança partilhar com os pais ou outras pessoas.
-Que permitam a colaboração entre pais e filhos, viabilizando actividades que possam ser discutidas pelas duas partes.
A existência de dois micromundos onde a maquina é utilizada como meio que favorece a realização de mundos simples e limitados. Aqui a aprendizagem ocorre sem embaraços do mundo real e possibilitando de ser explorado e compreendido.
O micromundo e o hipermundo são dois tipos de conhecimento diferentes. O micromundo é um pouco limitado para se conseguir uma exploração esgotante. O último micromundo que surgiu foi a programação. Ao contrário deste, surge o hipermundo que é um mundo amplo e muito vasto. O último hipermundo é a internet.
 No capítulo 7, o autor compara a escola a um organismo vivo, que tenta combater e controlar qualquer objecto estranho que tente invadir a sua fronteira. Associa o computador a rapidez e, portanto, afirma que a escola se mantém fiel aos seus aspectos essenciais, sendo que as mudanças verificadas não podem ser, de maneira nenhuma, associadas à tecnologia. Assim, a escola ao tentar controlar o computador, irá despeitar o seu lado inovador e transforma-lo, por conseguinte, num objecto presente nas suas práticas conservadoras. Neste cenário, o computador irá ser um dos muitos objectos que chamam a atenção dos alunos aquando vêm pela primeira vez para a sala de aulas, mas que com o tempo começam a perder todo o interesse. Isto porque a escola não deixa o computador bem como as actividades que se podem fazer no mesmo serem usufruídas, assim preferem que o computador seja direccionado para o lado extra-curricular, deixando-o para ser utilizado apenas por quem sabe. Assim, segundo o autor, seria necessário existir uma escala de mudança, que iria desde a micromudança até à megamudança. No extremo inferior da escala seriam colocadas situações de pequena relevância como as utilizações do computador na escrita de trabalhos de casa, bem como pesquisas em trabalhos de investigação. Posto isto, Papert é da opinião que a micromudança seria o ponto inicial por onde as escolas deveriam começar o seu trabalho, sendo que futuramente evoluiriam para uma megamudança caracterizada como sendo um ideal.
O autor destaca ainda, a importância do envolvimento dos pais aquando do acto de aprendizagem dos seus filhos, tanto em casa como nas escolas. Sendo assim, Papert defende que os alunos não devem só manusear os computadores em casa como também devem procurar manuseá-los em contexto escolar, procurando que a transmissão de conhecimentos seja efectuada no sentido de quem os possui em maior quantidade transmiti-los aos que não são detentores de tanto conhecimento no assunto, sendo que os segundos não devem adquirir quaisquer receios pelo desconhecido. Durante os anos oitenta, eram poucas as escolas que dispunham de computadores, mas à medida que da decorrência da década, o uso do computador foi se tornando rotineiro até que em algumas escolas, culminou na criação de uma nova unidade curricular. Hoje em dia surge uma nova corrente de entusiasmo impulsionado pelo aparecimento de redes, auto-estradas de informação e do ciberespaço.
É crucial que os pais estejam atentos à educação que os filhos recebem em âmbito escolar, uma vez que os filhos passam a maior parte do tempo em ambiente escolar. Sendo assim, deverá existir um consenso entre estratégias, conteúdos de aprendizagem, para que as crianças não se sintam num conflito entre a casa e a escola.
Papert explica que os computadores não passam de ferramentas que podem ser utilizadas na sala de aula, tal como o quadro e o giz. Torna-se um instrumento propício para tanto o professor como o aluno puderem ultrapassar as dificuldades em comum e aprenderem novas coisas.
São enumeradas, pelo autor, três forças para esta mudança, que se prendem com a indústria, a qual demonstra um enorme interesse na mudança do mercado da educação para que possam introduzir diversos aparelhos informáticos. A segunda força consta da revolução da aprendizagem, onde já existem pessoas dotadas de conhecimentos e prontas a reconhecer que é necessária uma mudança.            A terceira e última força tem a ver com o poder das crianças, que é a mais relevante e salientada pelo autor, onde faz referência que para isso basta que uma criança tenha um computador em casa e tenha consciência da sua cultura e aprendizagem. 

Papert, S. (1997). A família em rede: Ultrapassando a barreira digital entre gerações (F.J.S.Nunes & F.A.B.L.e Melo, Trad.). Lisboa: Relógio d’Água Editores. (Obra original publicada em 1996).

Ligia Sousa nº 2071908
Raquel Gouveia nº2060909
Marco Ramos nº 2032408



A Família em Rede – Papert. Breve resumo dos Capitulos 2 “Tecnologia” e 3 “Aprendizagem”

          Segundo o capítulo 2 “Tecnologia” do livro “Família em rede”, Papert exprime essencialmente o seu pensamento num vasto conjunto de ideias sobre o uso dos computadores por parte da criança como aprendiz. Assim, apresenta neste capítulo, o papel das famílias perante a utilização das tecnologias.
Por outro lado, Papert também critica os professores que usam o ensino tradicional para o manuseamento das tecnologias. Contudo, chama a atenção dos pais para a escolha dos programas e uso do computador.
Assim, Papert salienta que é importante conhecer o equipamento (literacia) e afirma que este deve ser entregue à criança para que esta possa tornar-se fluente, ou seja, a exploração do equipamento deve ser livre por parte do aluno.
            Desta forma, Papert salienta que devemos entregar o computador as crianças, para que estas possam utilizá-lo sem medos, o que irá provocar uma fluência nas suas vidas. Assim, para que isto seja possível, é necessário dar à criança a oportunidade de manusear livremente as novas tecnologias.
            Por outro lado, no capítulo 3 “Aprendizagem”, Papert faz referência a dois sofwares distintos um com base no paradigma instrucionista e outro com base no paradigma construcionista, por isso é importante a escolha do programa por parte dos pais para que possam escolher programas que não se baseiem apenas em ensinar à criança mas que esta construa a sua aprendizagem.
            Em suma, é importante que seja a criança a construir a sua própria aprendizagem e que esta tenha sentido para esta.
Mary Faria
Sara Monteiro