segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Inovação Pedagógica: significado e campo (de investigação)

           No que diz respeito ao significado podemos ver que para ser possível obter uma inovação pedagógica é necessário alterar o posicionamento crítico, explícito ou implícito, relativamente às práticas tradicionais da escola. Toffler (1970) e Gimeno Sacristán (1985) descrevem a descontinuidade relativamente ao paradigma fabril, que acontece no “espaço físico ou virtual onde os professores e aprendizes se movem, sendo estes agentes de mudança.” Consiste na criação de contextos de aprendizagem diferentes dos utilizados nas escolas tradicionais, “como alternativa à insistência nos contextos de ensino.”
            Segundo Seymour Papert a insistência no contextos de aprendizagem justifica-se num professor construcionista que tenta provocar o máximo de aprendizagem com um mínimo de ensino. Sendo isto coerente com as ideias que justificam o processo de Bolonha, que centra a actividade no estudante, em vez de centrar todos os procedimentos na actividade do professor, ou seja, o professor deixa de ter o papel principal, passando-o para o aluno.
            É importante referir que a inovação obriga a acção, visível  nas práticas, logo a “inovação pedagógica não deve ser procurada nas reformas de ensino ou nas alterações curriculares”, apesar de estas facilitarem as “mudanças qualitativas nas práticas pedagógicas”.
            Para finalizar, “A inovação é in situ, quando estudada no local, mediante dispositivos de observação participante, que visem entender os acontecimentos de dentro”.
            Relativamente ao campo, podemos observar que nos dias de hoje a escola já não é um locus de informação, pois actualmente podemos aceder a fontes de informação através da nossa própria casa, devido ao desenvolvimento tecnológico. Podemos dizer que “o Mundo é o locus da informação,” onde temos obrigatoriamente de interagir socialmente, onde estamos sujeitos a uma adaptação permanente.
            Lave & Wenger (1991) defendem que a aprendizagem é um fenómeno secundário, considerando como primário a substituição da interacção social por parte da escola. Ao defender desta forma um relacionamento top down, que consiste em que só o professor transmite conhecimentos e os alunos só podem intervir quando autorizados. A interacção entre pares é desencorajada e punida. Podemos encontrar práticas pedagógicas onde se reúnem pessoas, com o objectivo de aprender alguma coisa e outras com o propósito de facilitar essa aprendizagem, ou quando um conjunto de pessoas pretende aprender alguma coisa em conjunto.
            No campo de inovação podemos incluir ambientes formais e informais. Os trabalhos de Lave (1988,1993), procuram através de ambientes informais respostas de forma a perceber e ultrapassar dilemas de ambientes formais, fazendo com que a escola falhe em fornecer o contexto dos verdadeiros participantes, como se as práticas decorressem na prática de todos os dias.

Rui Rodrigues Nº 2024009
Referências:
Fino, C.N. (2007). Inovação Pedagógica: Significado e campo (de investigação). In Actas do III Colóquio DCE-Uma. Funchal: Universidade da Madeira.

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